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Agressor de Djalma é indiciado por tortura e racismo
Penas podem chegar a 15 anos de prisão. O segundo envolvido, responsável por gravar a cena, também foi indiciado
Por Helem Lara
04 de Dezembro de 2024 às 12:39
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação sobre um caso de tortura e racismo cometido em Itaúna contra o conhecido Djalma, um homem negro, de 45 anos, portador de sofrimento mental.
O crime ganhou ampla repercussão após a divulgação de um vídeo nas redes sociais do autor, no Dia da Consciência Negra.
Imediatamente após tomar conhecimento dos fatos, no dia 21 de novembro, a PCMG iniciou as investigações, que resultaram na prisão preventiva de um homem, de 44 anos, suspeito das agressões. O segundo envolvido, de 32 anos, responsável por gravar a cena criminosa, também foi identificado e ouvido.
Indiciamento
A investigação foi concluída e encaminhada à Justiça, com o indiciamento dos dois suspeitos pelos crimes de tortura e racismo, cujas penas podem chegar a 15 anos de prisão. O suspeito das agressões permanece custodiado no sistema prisional, enquanto o outro responde inicialmente em liberdade.
Relembre
Na noite de quarta-feira (20), Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a publicação nas redes sociais de um crime racismo seguido de lesão corporal chocou Itaúna. Djalma, um homem negro conhecido e querido pelos moradores da cidade, foi brutalmente agredido por um homem branco, que pagou R$ 10 para chicoteá-lo com um cinto.
Uma pessoa gravou o crime para o agressor e divulgou o vídeo nas redes sociais. Nas imagens, ele mistura justificativas preconceituosas, religiosas e críticas políticas para tentar justificar a violência.
Em determinado momento do vídeo, ele afirma:
“Lutei a vida inteira pelas coisas. Isso aqui não é escravidão, não. Em vez de o Lula investir nas pessoas que estão doentes igual esse cara... Olha o cara, R$ 10, ele vai deixar eu dar duas lapadas. Tá gravando? Deus é mais”.
No vídeo, o agressor oferece o dinheiro a Djalma, que aceita, e desferiu chicotadas utilizando um cinto. Djalma, dependente químico e pedinte, é uma figura conhecida na cidade, sendo frequentemente ajudado por moradores.
Na esteira da repercussão do caso da agressão contra o usuário de saúde mental Djalma, ocorrido no dia da Consciência Negra, o Grupo Rádio Clube de Itaúna recebeu um vídeo do mesmo homem que praticou a agressão, com manifestação racista.
Na gravação QUE VOCÊ CONFERE AQUI o homem fala sobre o que ele deseja para o Brasil. Entre outras coisas ele afirma, em determinado momento, que no Brasil que ele quer “os negros ficam brancos”.
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